CONHECIMENTO E GERENCIAMENTO DA CIDADE NO URBANISMO MOVIDO A DADOS
Resumo
O discurso em defesa de modelos urbanos inteligentes aposta no investimento em tecnologias da informação e comunicação para tornar as cidades mais sustentáveis, humanas e justas, aproximando os serviços públicos dos cidadãos. A cidade, cada vez mais tecnologicamente mediada, produz, integra e analisa um grande volume de dados produzidos pelos cidadãos e sobre os cidadãos, transformando a lógica da gestão urbana. Há iniciativas de governança que apostam fortemente no potencial dos dados para ofertar serviços e orientar o processo de tomada de decisão, como, por exemplo, canais como o 1746 da Prefeitura do Rio de Janeiro. Trata-se de um sistema de solicitação, denúncia e demanda de serviços para a população. O objetivo do artigo é apontar e problematizar de que forma os dados levantados pelo sistema pretendem capturar e representar a cidade, ao mesmo tempo em que são utilizados para geri-la e controlá-la. Pretendemos, assim, dialogar com os estudos que problematizam o uso dos dados na política urbana e a ética da gestão movida a dados.