Reconhecimento de sujeitos de direitos e estratégias administrativas: transversalidade e intersetorialidade em políticas para as juventudes no Brasil

Autores

  • Wanderson Felício de Souza Fundação Getúlio Vargas - EAESP/FGV

Palavras-chave:

Ideias, Frames, Coalizões discursivas, Reconhecimento, Políticas públicas de juventude, Transversalidade, Intersetorialidade

Resumo

O presente trabalho objetiva identificar as principais concepções que orientaram o  reconhecimento dos jovens no campo de políticas de juventude e como as formas de  reconhecimento desse sujeito de direitos influenciaram a escolha, o desenho das principais estratégias administrativas para a gestão das políticas em âmbito federal, a saber, a transversalidade e a intersetorialidade, e seus efeitos na ação governamental. Mobilizamos conceitos como frames (enquadramentos interpretativos) no entendimento das políticas públicas e os processos de reframing em pontos de inflexão de  suas trajetórias (SNOW; BENFORD, 2000; REIN; SCHÖN, 1993);  coalizões discursivas (HAJER, 1993; THROGMORTON, 1993) materializadas em consensos e discursos institucionalizados no campo; e o uso da retórica pelos atores sociais, através de metáforas e narrativas, na construção da trajetória das políticas (THROGMORTON, 1993; FUKS, 2000). Argumentamos que em trabalhos do campo de públicas os conceitos de transversalidade e intersetorialidade frequentemente têm sido utilizados como equivalentes/intercambiáveis (BRONZO; COSTA, 2012; CUNIIL-GRAU, 2014;  VEIGA; BRONZO, 2014; CUNILL-GRAU; FERNÁNDEZ; MANRÍQUEZ, 2013), não se apreendendo às distintas construções sociais e formas de reconhecer o público beneficiário associadas a estas abordagens administrativas. A análise empírica do campo de políticas de juventude no Brasil ajuda a elucidar essas diferenças.

Downloads

Publicado

2024-01-04

Edição

Seção

ST 15 - Desenho de políticas públicas: olhares sobre a estrutura, a dinâmica e suas implicações