Narrativas à margem: visibilizar as narrativas e experiências dos corpos ordinários através no espaço público espetacularizado do Rio de Janeiro
Palavras-chave:
Espaço Público, Cidade Espetacular, Corpo, Narrativa, Rio de JaneiroResumo
O artigo procura investigar o que tem acontecido no espaço espetacularizado do Rio de Janeiro – cidade que, recorrentemente, relaciona a cultura à concepção do espaço público voltado para o turismo e o consumo – buscando problematizar a dimensão pública urbana a partir do apagamento das narrativas de parte da população situadas à margem da paisagem urbana. Entendendo que o público é sempre plural e está em constante mudança, destaca-se que pensar cidades na atualidade requer adotar outras perspectivas ao olharmos para o urbano. É fundamental discutir tudo que foi naturalizado como paisagem e quais narrativas foram usadas como embasamento para a construção do que denominamos cidade. Pretende-se apresentar os conceitos de experiência e narrativa como artefatos que fabricam espaços e contribuir para o debate sobre participação no planejamento das cidades, reconhecendo a troca social e o conflito nas transformações urbanas. Por fim, estudar a cultura como campo de ressignificação do território e de debate sobre direitos, como o direito à cidade pensado de forma democrática, coletiva e horizontal. Como também a noção de “política” e a ocupação do espaço público urbano por diferentes corpos em distintas escalas – do micro, do banal e do ordinário ao macro, a espetacularização.