A transição do modelo de gestão da saúde nos hospitais universitários no Brasil: uma necessidade da análise construtivista
Resumo
A saúde pública no Brasil, assim como em outros países, é permeada por diversas mudanças na sua forma de condução. No decorrer deste artigo, propõe-se analisar a influência de certos grupos de interesse, o jogo político e, ainda, o impacto da corrente neoliberalista na área da saúde no Brasil. Dessa forma, verificou-se a necessidade de trazer para esta discussão a mudança na forma de gestão dos hospitais universitários no Brasil em 2011 com a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Nesse contexto, optou-se por discutir como a abordagem construtivista de Guba & Lincoln (1989) poderia ser adequada para a análise da circunstância proposta. A metodologia hermenêutica-dialética é a base para analisar o impacto das mudanças de gestão dos hospitais universitários sob a ótica do que os autores denominaram de partes interessadas. Isso porque os usuários do serviço de saúde, bem como discentes e docentes dos HUs são o público que poderão contribuir para o paradigma construtivista ao contrário do positivismo. Além disso, pretende-se discutir acerca do viés político vinculado ao modo neoliberal da gestão da saúde pública. Essa análise é pertinente porque anteriormente a administração dos HUs era realizada pelas próprias universidades federais que são autarquias de direito público. Ao passo que a EBSERH é uma empresa pública federal de personalidade jurídica privada.