Intersecções ou vias paralelas?

Análise das políticas de juventude e igualdade racial do Rio Grande do Norte (2006-2022)

Autores

  • Mariana Mazzini Marcondes UFRN
  • Heloise Stefani Nascimento da Silva
  • Jenair Alves da Silva
  • Maria Luiza Nunes

Palavras-chave:

interseccionalidade transversalidade intersetorialidade política pública juventude igualdade racial

Resumo

Transversalidade, intersetorialidade e interseccionalidade são abordagens que vêm ganhando visibilidade na teoria e na prática no Campo de Públicas para enfocar problemas públicos complexos e ações públicas integradas e inovadoras para enfrentar desigualdades. Políticas de igualdade racial e de juventude podem se beneficiar desses conceitos e estratégias para serem analisadas e, ainda, para serem estruturadas. Nesse contexto, é possível se questionar: na prática, as políticas de igualdade racial e de juventude são transversais e intersetoriais? As trajetórias delas são vias paralelas ou interseccionais? É em face deste questionamento que este artigo foi desenvolvido, com o propósito de analisar, de forma preliminar, as trajetórias das políticas de igualdade racial e de juventude no Rio Grande do Norte (RN), de 2006 a 2022, a partir das abordagens da intersetorialidade, transversalidade e interseccionalidade. Para tanto, realizamos uma análise qualitativa da trajetória das duas políticas, utilizando, principalmente, a análise de documentos oficiais das duas políticas, enfocando, principalmente, atos normativos (leis, decretos, portarias, etc.) e os Planos Plurianuais (PPAs) dos quatro governos estaduais abrangidos pelo recorte temporal. Os dados foram complementados e triangulados com a análise de quatro entrevistas. Ao longo da trajetória, as abordagens intersetoriais, transversais e interseccionais se fizeram presente nas políticas de juventude e igualdade racial no RN, ainda que com ênfases e concepções distintas e, ainda, variando conforme a conjuntura política. Enquanto a transversalidade e a intersetorialidade foram mobilizadas de forma mais recorrente, evidenciamos traços da interseccionalidade, o que nos permite concluir que as políticas de igualdade racial e de juventude seguiram, em regra, por vias paralelas.

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Publicado

2024-01-04

Edição

Seção

ST 6 - Inovações Sociais e Experimentações Democráticas na Governança e nas Políticas Públicas