Cidades inteligentes não-proprietárias: uma disputa conceitual e narrativa
Palavras-chave:
Planejamento Público, Cidades Inteligentes, Interesse Público, Dependência Tecnológica, Controle da Tecnologia, Commons, Território, Governança UrbanaResumo
Constituindo um terreno fértil para a venda de bens e serviços, a agenda das cidades é altamente cooptada por empresas que dominam propriedades de tecnologia. Diante disso, os espaços urbanos têm sido cada vez mais moldados por grandes conglomerados privados, o que ameaça o interesse público. Nesse cenário, é fundamental a busca por alternativas às tendências de urbanização contemporâneas. Este trabalho tem como objetivo reconstruir as críticas à crescente apropriação privada do espaço urbano e examinar possibilidades de concepção de cidades inteligentes não-proprietárias. Pretende-se elucidar como estratégias baseadas em commons abrem caminhos promissores em direção a uma disputa conceitual e narrativa de cidades inteligentes. O trabalho emprega um recorte metodológico feito a partir do diálogo entre as obras de Milton Santos e Gilbert Simondon no que se refere ao espaço e à tecnologia, de modo a demarcar os pressupostos teóricos da análise. Considera-se, nesse sentido, que a tecnologia deve ser considerada não apenas em seu aspecto material, como também em sua dimensão imaterial.