Cidades inteligentes não-proprietárias: uma disputa conceitual e narrativa

Autores

Palavras-chave:

Planejamento Público, Cidades Inteligentes, Interesse Público, Dependência Tecnológica, Controle da Tecnologia, Commons, Território, Governança Urbana

Resumo

Constituindo um terreno fértil para a venda de bens e serviços, a agenda das cidades é altamente cooptada por empresas que dominam propriedades de tecnologia. Diante disso, os espaços urbanos têm sido cada vez mais moldados por grandes conglomerados privados, o que ameaça o interesse público. Nesse cenário, é fundamental a busca por alternativas às tendências de urbanização contemporâneas. Este trabalho tem como objetivo reconstruir as críticas à crescente apropriação privada do espaço urbano e examinar possibilidades de concepção de cidades inteligentes não-proprietárias. Pretende-se elucidar como estratégias baseadas em commons abrem caminhos promissores em direção a uma disputa conceitual e narrativa de cidades inteligentes. O trabalho emprega um recorte metodológico feito a partir do diálogo entre as obras de Milton Santos e Gilbert Simondon no que se refere ao espaço e à tecnologia, de modo a demarcar os pressupostos teóricos da análise. Considera-se, nesse sentido, que a tecnologia deve ser considerada não apenas em seu aspecto material, como também em sua dimensão imaterial.

Biografia do Autor

Luís Massonetto, Universidade de São Paulo

Luís Fernando Massonetto é coordenador de pesquisa sobre Regulação Indutora no Programa de Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e Sustentáveis da Uninove. É Professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, vinculado ao Departamento de Direito Econômico, Financeiro e Tributário. Obteve o doutorado em direito pela USP em 2006 com tese intitulada "O Direito Financeiro no Capitalismo Contemporâneo: a Emergência de um Novo Padrão Normativo". Além disso, é coordenador do Grupo de Pesquisa "Direito e Regulação do Capitalismo - Escalas do Capital" (USP) e do grupo de Extensão "Laboratório de Direito Urbanístico" (USP). A sua atividade de pesquisa está voltada para os aspectos jurídicos da produção do espaço urbano na América Latina, com ênfase na articulação problemática entre forma urbana e forma jurídica nas cidades contemporâneas. Desde 2015, é sócio de escritório de advocacia que atua na área de novas tecnologias e na interface entre direito, estado e economia.

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Publicado

2024-01-04

Edição

Seção

ST 18 - Tecnologia, território e governança urbana